Homenagem ao aniversário da SC Transplantes é marcada por muita emoção e aplausos

24 de novembro de 2024 Off Por

Foto: Ana Melhado Ascom/SES

Sentimento de gratidão e muita emoção tomou conta da homenagem à Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina (SC Transplantes), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), que ocorreu na Assembleia Legislativa, na noite de sexta-feira, 22. Estiveram presentes profissionais de saúde, famílias doadoras, transplantados, instituições e pessoas envolvidas com a causa. O evento foi realizado no Plenário Deputado Osni Régis, e marcou os 25 anos do sistema catarinense, que é 100% regulado e baseado em critérios técnicos.

“A SC Transplantes está há 25 anos melhorando a vida das pessoas que receberam a doação, mas também transformando a vida das famílias que doaram órgãos de entes queridos. O sistema catarinense é referência nacional e internacional. São mais de 23 mil pessoas que já receberam algum órgão, tecidos, células pelo nosso serviço. É uma política de Estado bem consolidada. No ano 2023, ultrapassamos a marca de 1700 transplantes no nosso estado. A ideia é seguir avançando com qualidade de serviço, com qualificação, com formação. É um serviço bem consolidado, que é um orgulho para Santa Catarina e para o Brasil, e com certeza vai continuar traçando o seu caminho salvando vidas, em parceria com o Governo do Estado que gerencia as ações do Sistema Único de Saúde”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.

A participação de todas as pessoas envolvidas no trabalho de doação e transplante de órgãos, desde os profissionais de saúde até os responsáveis pelo transporte dos órgãos, foi lembrado pelo coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade.

“As palavras são gratidão e muito obrigado a esses profissionais que são bravos e desenvolvem um trabalho exemplar e que nos coloca em uma posição de destaque no Brasil e no mundo. Graças a Deus, por tudo que foi construído, com muitas mãos e muitas delas estão aqui hoje. Todas são homenagens justas e merecidas a pessoas que contribuíram para construir esse sistema. Por isso, mais uma vez, agradeço às famílias doadoras. Sem elas, nada teria sido possível”, reforça Dr. Joel de Andrade.

A SC Transplantes é um grande eixo de trabalho para todo o sistema. A articulação entre a doação e transplante de órgãos e de tecido é feita pela central, uma atividade 100% regulada e a distribuição é técnica e com justiça. A Central também promove capacitação constante dos profissionais que atuam nas equipes coordenadoras de transplantes, por meio de cursos focados para cada etapa desse sistema.

A deputada federal Carmen Zanotto e ex-secretária de Estado da Saúde conta um pouco dessa história. “A minha alegria esta noite e a homenagem que vim fazer é de todos os secretários que seguiram na sequência, após a implantação da SC Transplantes. É um agradecimento à Associação dos Voluntários do Hospital Universitário, que conseguiu dois caminhões da Receita Federal que transformaram um andar inteiro do prédio do INSS para instituirmos esse serviço, dando condições aos trabalhadores. Mas acima de tudo, mesmo com a equipe comprometida, o desejo do estado de melhorar, foi fundamental os braços abertos dos hospitais da rede pública e filantrópica de Santa Catarina para avançarmos cada vez mais”, agradece.

Atualmente, Santa Catarina conta com a colaboração de 69 instituições hospitalares doadoras. Os serviços de transplantes estão distribuídos em 27 estabelecimentos de saúde, muitos dos quais realizam transplantes de mais de um tipo de órgão ou tecido.

Histórias que emocionam

Neide Golz Milani Delagnelo conta como foi a perda do seu irmão que morava no Paraná e faleceu em Florianópolis. “Ele teve aneurisma e ficou internado no Hospital Celso Ramos por uma semana. No dia que foi constatada a morte cerebral, ligaram pra minha mãe. Foi dolorido, mas já sabíamos o que fazer. Ele teve dois filhos especiais, um inclusive precisava de transplante de coração há muito tempo e depois se recuperou. Meu irmão sempre disse que queria doar o seus órgãos e fizemos a vontade dele”.

A Maria Petry, de Rio do Sul, sempre dizia que queria ser doadora de órgãos, ela perdeu seu esposo há seis anos, no dia de Natal. “Dois meses antes, estávamos sentados à mesa conversando e meu marido falou que queria ser doador. Em dezembro ele teve um ataque e o levamos para o hospital”. Sua filha Caroline continuou o relato explicando que ele ficou internado até o dia de natal. Os médicos fizeram os exames e comprovaram que era morte encefálica. “Já sabíamos o que fazer e autorizamos a doação dos órgãos dele. Sempre que conversamos com as pessoas falamos que, graças a Deus, uma parte dele está salvando pessoas e famílias”, emociona-se Maria. 

Uma nova chance

Aroldo José Haus, 54 anos, fez transplante de fígado em 2012. “Quando descobri que estava com cirrose hepática fiquei chocado, o que vai acontecer? Fiquei na fila por 1 ano e seis meses. No dia que ligaram pra mim foi uma emoção muito grande, pensei no doador como era e o que tinha acontecido com ele. Hoje agradeço e só tenho gratidão a aquela família que disse sim”.

Natural de São Paulo, Alvaro Farias de Oliveira, veio para Santa Catarina para fazer o transplante em 2011, pois suas chances em realizar a cirurgia era mais que o dobro no estado catarinense. “Eu fico muito grato, pois pude estar presente na vida da minha filha que hoje tem 25 anos. Na época, minha esposa também tinha sido diagnosticada com câncer. Graças as famílias amorosas daqui, que entendem a importância da doação, aos profissionais e ao sistema de Santa Catarina, hoje estou aqui e carrego esse sentimento de gratidão…até me emociono por ter podido cuidar da minha esposa e da minha filha”.

Também participaram da solenidade o deputado estadual Soratto, que propôs a sessão especial, a desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) Janice Goulart Ubiali, o procurador do Ministério Público Estadual Durval da Silva Amorim, e a coordenadora-geral de Transplantes do Ministério da Saúde, Patrícia Freire. Também esteve presente Beatriz Domínguez-Gil, diretora-geral da Organização Nacional de Transplantes (ONT) da Espanha, país referência em doação de órgãos. Ela elogiou o trabalho desenvolvido pela SC Transplantes e o atribuiu ao sistema público de saúde e à solidariedade do povo catarinense.

Mais informações:
Gabriela Ressel
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Estado da Saúde
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