veja erros nas falas do candidato à prefeitura de Campina Grande
26 de setembro de 2024O candidato à prefeitura de Campina Grande, Nelson Júnior (Psol), foi entrevistado nesta quinta-feira (26) no telejornal JPB1, na TV Paraíba. Durante a entrevista, Nelson citou dados sobre mobilidade urbana, política, educação e saúde, entre outras declarações.
As equipes do Jornal da Paraíba, Núcleo de Dados da Rede Paraíba e LABCOM da Uninassau apuraram e encontraram erros em algumas informações.
Confira abaixo algumas frases que foram checadas na entrevista Nelson Júnior no JPB1:
“Nossas escolas precisam, todas elas, ter ar-condicionado. Elas não têm ar-condicionado”
A INFORMAÇÃO NÃO É BEM ASSIM
A Secretaria de Educação de Campina Grande informou à equipe do Jornal da Paraíba que mais de 400 aparelhos de ar-condicionado foram instalados nas escolas e creches municipais nos últimos anos, mas nem todas as escolas estão equipadas da mesma maneira. As instituições com estruturas mais antigas estão passando por reparos na rede elétrica e na infraestrutura para comportar os aparelhos.
O processo de instalação iniciou em 2021 e a Secretaria já climatizou todos os berçários das creches da Rede, todas as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e todas as salas de leitura das unidades. O próximo passo é climatizar as salas de aula. Ao todo, mais de 100 escolas e creches receberam climatização.
A adaptação está em andamento, mas, por enquanto, algumas instituições têm apenas parte de suas salas climatizadas, o que pode gerar uma discrepância nos números totais apresentados.
Em fevereiro, a Secretaria de Educação de Campina Grande já havia informado à imprensa que a rede municipal saiu de 20 para 400 salas com ar-condicionado, e que estavam com a previsão de instalar mais 250 até o meio do ano.
“Quase pelo mesmo valor que ela (uma pessoa) pega um ônibus, ela pode pegar um Uber com um real a mais e deslocar de uma parte ou outra do bairro.”
NÃO FOI POSSÍVEL CHECAR
A passagem de ônibus em Campina Grande, em setembro de 2024, estava custando R$ 4,30, após reajuste feito em janeiro. Uma lei de 2019 estabelece que existe uma tarifa mínima para transporte de passageiros por aplicativo que deve ser definida pela Comissão de Política Tarifária de Transporte Individual de Passageiro por Aplicativo, porém este valor não está estipulado.
Em quatro testes feitos pelo Jornal da Paraíba, com corridas de uma esquina para outra do município, em bairros variados, o valor mínimo não foi inferior a R$ 7 em nenhum dos testes para carros e não passou de R$ 4,70 para corridas de motos. Entretanto, os testes foram feitos em percursos muito curtos, de uma esquina, como forma de avaliar o menor valor de tarifa em distâncias absurdamente curtas. Ampliando o raio da corrida para um quilômetro de distância, o valor mínimo médio para carros sobe para R$ 10 e para motos sobe para R$ 5,80.
Porém, não é possível dizer qual o valor mínimo da tarifa dos aplicativos de transporte na cidade pois eles não publicam este valor, apenas oferecem aos usuários uma estimativa que leva em consideração vários aspectos como o horário da corrida, a disponibilidade de motoristas, o número de outros chamados simultâneos, a distância e a duração da corrida.
“E a nossa candidatura de governador (em 2010), a gente conseguiu 12.500 votos, é quase a diferença de Ricardo Coutinho para Zé Maranhão na época. Então a nossa candidatura construiu o segundo turno.”
A INFORMAÇÃO NÃO É BEM ASSIM
Embora o candidato Nelson Junior (Psol) tenha recebido 12.471 votos nas eleições para governador da Paraíba em 2010, equivalente a 0,65% dos votos válidos, não é possível afirmar que sua candidatura foi determinante para a realização do segundo turno.
Para que a disputa fosse encerrada no primeiro turno, Ricardo Coutinho precisaria ter atingido mais de 50% dos votos válidos. Os votos em Nelson Junior só teriam impactado diretamente se todos tivessem sido transferidos para Coutinho, o que é uma hipótese especulativa. Além disso, fatores como votos em branco, nulos e a abstenção também influenciaram o resultado.
Até o fim do prazo dado à assessoria do candidato, o Jornal da Paraíba não recebeu resposta sobre a checagem da entrevista ao JPB1.
*Participaram da checagem os jornalistas Dani Fechine, Diogo Almeida, Erickson Nogueira e Taiguara Rangel.